Conectado como:
filler@godaddy.com
Conectado como:
filler@godaddy.com
Você já ouviu falar de um movimento que levou milhares de cavaleiros e plebeus a seguirem seus reis por grandes distâncias para lutar contra um inimigo que, na visão deles, colocava em risco toda a estrutura de seu mundo? Não estamos falando da luta contra os white walkers, da ficção Game of Thrones, mas das Cruzadas, uma série de expedições militares reais que partiram da Europa nos séculos XI e XII da era comum, com o objetivo de reconquistar territórios, sobretudo na região da Palestina, tida como Terra Santa para os cristãos na época.
Mesmo não se tratando da história escrita por George Martin, e, definitivamente, não envolvendo três dragões, o movimento das Cruzadas também envolveu uma série de disputas políticas, interesses diversos, massacres impiedosos e acontecimentos inesperados e pode ser enxergado sobre uma série de perspectivas diferentes. Nesse texto, nós trazemos alguns elementos que tornam as Cruzadas um dos acontecimentos mais enigmáticos da história.
Clique no botão abaixo para acessar a CANÇÃO DOS TEMPLÁRIOS.
Tendo em vista objetivos de retomada da Terra Sagrada de Jerusalém (então dominada pelos turcos) e ainda a reintegração da Ásia Menor ao Império Bizantino, o Papa Urbano II foi o primeiro a sustentar a tese da necessidade de movimentos militares... Foi chamada também de Cruzada dos Nobres ou dos Cavaleiros. Ao pregar e prometer a salvação a todos os que morressem em combate contra os pagãos (leia-se, muçulmanos) em 1095, o papa Urbano II estava a criar um novo ciclo. É certo que a idéia não era totalmente nova: parece que já no século IX se declarara que os guerreiros mortos em combate contra os muçulmanos mereciam a salvação.
As várias versões que nos restam do seu apelo mostram que Urbano relatou também os infortúnios dos cristãos do oriente, e sublinhou que se até então os cavaleiros do ocidente habitualmente combatiam entre si perturbando a paz, poderiam agora lutar contra os verdadeiros inimigos da fé, colocando-se ao serviço de uma boa causa. O apelo foi feito a todos sem distinção, pobres ou ricos, e foi, de facto, o que sucedeu.
Mas os ricos e pobres rapidamente formaram cruzadas separadas. Por volta de 1097, um exército de 30 mil homens, dentre eles muitos peregrinos, cruzou a Ásia Menor, partindo de Constantinopla. A cruzada dos cavaleiros, possuindo recursos, embora progredindo devagar, fizera um acordo com o imperador de Bizâncio de lhe devolver os territórios conquistados aos turcos. Liderada por grandes senhores, levava quer proprietário quer filhos segundos da nobreza. Esse acordo seria desrespeitado, à medida que o mal-entendido entre as duas partes cresceria. De inspiração cristã que partiram Europa Ocidental em direção à Terra Santa( Palestina) e à cidade de Jerusalém com o intuito de conquistá-las, ocupá-las e mantê-las sob domínio cristão.
Estes movimentos estenderam-se entre os séculos XIIe XIII, época em que a Palestina estava sob controle dos turcos muçulmanos. No médio oriente, as cruzadas foram chamadas de invasões francas, já que os povos locais viam estes movimentos armados como invasões e por que a maioria dos cruzados vinha dos territórios do antigo Império Carolíngio e se autodenominavam francos o termo cruzada não era conhecido no tempo histórico em que ocorreu. Na época eram usadas, entre outras, expressões GUERRA SANTAS, As Cruzadas eram também uma peregrinação, uma forma de pagamento a alguma promessa, ou uma forma de pedir alguma graça, e era considerada uma penitência.
Por volta do ano 1000, aumentou muito a peregrinação de cristãos para Jerusalém, pois corria a crença de que o fim dos tempos estava próximo e, por isso, valeria a pena qualquer sacrifício para evitar o inferno. Incidentalmente, as Cruzadas contribuíram muito para o comércio com o Oriente. Chama-se cruzada a qualquer um dos movimentos militares de inspiração cristã que partiram da Europa Ocidental em direção à Terra Santa (nome pelo qual os cristãos denominavam a Palestina) e à cidade de Jerusalém com o intuito de conquistá-las, ocupá-las e mantê-las sob domínio cristão.
O termo Cruzadas é também usado, por extensão, para descrever, de forma acrítica, qualquer guerra religiosa ou mesmo um movimento político ou moral. O termo cruzada não era conhecido no tempo histórico em que ocorreu. Na época eram usadas, entre outras, as expressões peregrinação e guerra santa. O termo Cruzada surgiu porque seus participantes se consideravam soldados de Cristo, distinguidos pela cruz aposta a suas roupas.
As Cruzadas eram também uma peregrinação, uma forma de pagamento a alguma promessa, ou uma forma de pedir alguma graça, e era considerada uma penitência Por volta do ano 1000, aumentou muito a peregrinação de cristãos para Jerusalém, pois corria a crença de que o fim dos tempos estava próximo e, por isso, valeria a pena qualquer sacrifício para evitar o inferno. Incidentalmente, as Cruzadas contribuíram muito para o comércio com o Oriente.
Clique aqui e assista o vídeo: "Cruzada e a ordem os Templários"
A origem das Cruzadas está enraizada no cataclismo político que resultou da expansão dos Selêucidas no Oriente Médio em meados do século XI. A conquista da Síria e da Palestina levada a cabo pelos Selêucidas islâmicos causou alarme aos cristãos do ocidente. Outros invasores turcos também penetraram profundamente no igualmente cristão Império bizantino e puseram os gregos, sírios e armênios cristãos debaixo de sua soberania. As Cruzadas foram, em parte, uma reação a todos estes sucessos. Também foi o resultado da ambição de alguns papas que buscaram ampliar seu poder político e religioso. Os exércitos cruzados foram, em certo sentido, o braço armado da política papal.
Em um esforço por entender porque os cruzados as levaram a cabo, os historiadores têm apontado como razões o dramático crescimento da população européia e a atividade comercial entre os séculos XII e XIV. As Cruzadas, portanto, se explicam como o meio de encontrar um amplo espaço onde acomodar parte dessa população em crescimento; e como o meio de dar saída aos projetos ambiciosos de nobres e cavaleiros, ávidos de terras. As expedições ofereciam, como foram assinaladas, ricas oportunidades comerciais aos mercadores das pujantes cidades do ocidente, particularmente as cidades italianas de Gênova, Pisa e Veneza.
Já que estas explicações acerca das Cruzadas talvez sejam válidas, os avanços na investigação sobre o tema indicam que os cruzados no pensaram encontrar-se com os perigos de enfermidades, as longas marchas terrestres e a possibilidade de morrer em combate em terras estranhas. As famílias que ficaram na Europa tiveram que combater em muitas ocasiões durante longos períodos de tempo para manter suas granjas e suas possessões. A idéia de que os cruzados obtiveram grandes riquezas é cada vez mais difícil de justificar; a Cruzada foi um assunto extremadamente caro para um cavaleiro que tivesse o propósito de lutar no Oriente custeando a si mesmo a expedição, já que provavelmente supunha um gasto equivalente a quatro vezes sua renda anual.
Todavia, apesar de ser uma aventura perigosa, cara e que não dava benefícios, as Cruzadas tiveram um amplo atrativo para a sociedade contemporânea. Sua popularidade se solidificou na compreensão da sociedade que apoiou este fenômeno. Era uma sociedade de crentes, e muitos cruzados estavam convencidos de que suas participações na luta contra os infiéis lhes garantiriam sua salvação espiritual. Também era uma sociedade militarista, já que as esperanças e as ambições estavam associadas com façanhas militares.
CONSEQUÊNCIA DAS CRUZADAS
A expulsão dos latinos da Terra Santa não pôs fim aos esforços dos cruzados, mas a resposta dos reis europeus e da nobreza a novas convocações de Cruzadas foi fraca, e as posteriores expedições se levaram a cabo sem nenhum êxito. Dois séculos de Cruzadas haviam deixado poucos vestígios na Síria e na Palestina, salvo numerosas igrejas, fortificações e uma série de impressionantes castelos, como os de Marqab, na costa da Síria, Shawbak (Montreal), na Transjordânia, o krak (fortaleza) dos Cavaleiros, que podia acolher uma guarnição de até 2000 homens, perto de Trípoli, e Monfort, perto de Haifa (Israel). Os efeitos das Cruzadas se deixaram sentir principalmente na Europa, não no Oriente Médio. Os cruzados haviam fortalecido o comércio das cidades italianas, haviam gerado um interesse pela exploração do Oriente e haviam estabelecido mercados comerciais de duradoura importância. Os experimentos do Papado e dos monarcas europeus para obter os recursos monetários para financiar as Cruzadas conduziram ao desenvolvimento de sistemas de impostos diretos de modo geral, que tiveram conseqüências a longo prazo para a estrutura fiscal dos estados europeus. Ainda que os estados latinos no Oriente tivessem uma vida curta, a experiência dos cruzados estabeleceu alguns mecanismos que gerações posteriores de europeus usariam e melhorariam, ao colonizar os territórios descobertos pelos exploradores dos séculos XV e XVI.
AS ULTIMAS CRUZADAS
As Cruzadas posteriores não obtiveram os êxitos militares que havia tido a terceira Cruzada. A quarta, que durou dois anos, desde 1202 até 1204, foi atingida por dificuldades financeiras. Em um esforço para aliviá-las, os chefes cruzados concordaram atacar Constantinopla em conjunto com os venezianos e aspirar ao trono do Império bizantino. Os cruzados conseguiram tomar Constantinopla, que foi saqueada sem misericórdia. O Império Latino de Constantinopla, criado assim por esta Cruzada, sobreviveu até 1261, época em que o imperador bizantino Miguel VIII Paleólogo retomou Constantinopla. Tudo isso não contribuiu em nada para a defesa da Terra Santa.
Em 1208, em um contexto e em um território muito distintos, o papa Inocêncio III proclamou uma Cruzada contra os albigenses, uma seita religiosa, no sul da França. A conseguinte Cruzada foi a primeira que teve lugar na Europa ocidental. Durou desde 1209 até 1229 e causou um grande derramamento de sangue.
A primeira ofensiva da quinta Cruzada (1217-1221) tinha como objetivo capturar o porto egípcio de Damietta (Dumyat), a qual conseguiu em 1219. A estratégia posterior requeria um ataque contra o Egito, a tomada do Cairo e outra campanha para assegurar o controle da península do Sinai. Sem dúvida, a execução desta estratégia não obteve todos seus objetivos. O ataque contra o Cairo não se concretizou quando os reforços que havia prometido o imperador do Sacro Império Romano Germânico, Federico II, não se materializaram. Em agosto de 1221 os cruzados se viram obrigados a entregar Damietta aos egípcios e em setembro o exército cristão se dispersou.
Clique aqui e veja o vídeo: "As cruzadas: A luta pela Terra Santa - História Medieval"
Urbano II (1088-1099) avançou, auxiliado por Cardeais e bispos. Abençoou-se e levantou um sinal da Cruz. Ergueu suas mãos em sinal de silêncio. A multidão em reverência calou-se. Então falou com doçura e eloquentemente exortou a multidão.
"Ó Francos, de quantas maneiras Nosso Senhor os abençoou? Vejam quão férteis são suas terras. Quão verdadeira é sua fé. Quão indisputável é sua coragem. A vocês, abençoados homens de Deus, dirijo essas palavras. E que não sejam levadas levianamente, pois são expressas pela Santa Igreja, que, pelo sagrado pacto com Nosso Senhor, é Sua santíssima voz na terra.
Vós que sois justos e bons, vós que brilhais em santa fé escutai. Que saibam de justa e grave causa que nos reúne hoje aqui, sob o mesmo teto, na piedade de Nosso Senhor. Relataremos fatos horríveis. Ouvimos sobre uma raça de homens saídos de presença profana e falta de fé. Turcos, Persas, Árabes, amaldiçoados, estranhos a nosso Deus, que devastam por fogo ou espada as muralhas de Constantinopla, o Braço de São Jorge. Até hoje, por misericórdia do Supremo, Constantinopla foi nossa pedra, nosso bastião de fé em território infiel.
Agora essa sagrada cidade encontra-se desfigurada, ameaçada. Quantas igrejas esses inimigos de Deus poluíram e destruíram? Ouvimos de altares e relíquias sendo dessecados por sujeira produzida por corpos Turcos. Ouvimos sobre verdadeiros crentes sendo circuncidados e o sangue desse ato sendo vertido em pias batismais. O que podemos dizer a vocês? Turcos transformam solo sagrado em estábulo e chiqueiro, expelem o conteúdo de seus fétidos e putrefatos corpos em vestimentas dos emissários da palavra de Nosso Senhor.
Os descrentes forçam Cristãos a ajoelhar sobre essas roupas imundas, curvar as cabeças e esperar o golpe da espada. Essas vestes, que através da imundície e sangue são testemunhas de aberrações na falta da verdadeira fé, são exibidas junto com corpos dos mártires. O que mais devemos lhes dizer, ó fieis? Turcos abusam de mulheres Cristãs. Turcos abusam de crianças Cristãs. Pensem nos peregrinos da fé que cruzam o mar, obrigados a pagar passagem em todos os portões e igrejas de todas as cidades.
Quão frequente esses irmãos no sangue do Cristo passam por humilhações e falsas acusações? Aqueles que creem em pobreza, como são recebidos nesses lugares de nenhuma fé? São vasculhados em busca de moedas escondidas. As calosidades em seus joelhos, causadas pelo ato de fé ao Nosso Senhor, são abertas por lâminas. Aos fiéis são dadas bebidas de natureza vomitória para que sejam vasculhadas suas emissões estomacais. Após isso são ainda obrigados a sorver excremento liquefeito de bodes e cabras de forma a esvaziar suas entranhas. Se nada for encontrado que satisfaça essas crias infernais, ó fieis, escutem.
Turcos abrem com lâmina da espada as barrigas dos verdadeiros seguidores, em busca de peças de ouro ingeridas e assim escondidas. Espalham e retalham entranhas mostrando assim o que a natureza manteria secreto. Tudo a procura de riquezas ou por prazer insano. Turcos perfuram os umbigos dos fiéis, amarram suas tripas a estacas e afastam os Cristãos, prendendo-os com cordas a outro poste, de forma a que vejam suas próprias entranhas endurecendo ao sol, apodrecendo e sendo consumidas por corvos e vermes. Os Turcos perfuram irmãos na fé com setas, fazem dos mais velhos alvos móveis para seus malditos arcos.
Queimam os braços e pernas dos mártires até o negro e soltam cães famintos para os devorar, ainda vivos.
Ó Francos, o que dizer? O que mais deve ser dito? A quem, pois, deve ser dirigida a tarefa de vingança tão santa quanto a espada de São Miguel? A quem Nosso Senhor poderia confiar tal tarefa senão aos seus mais abençoados e fiéis filhos? Ó Francos, vocês não são habilidosos cavaleiros? Poderosos guerreiros na palavra de Deus? Próximos a São Miguel na habilidade de expurgar o mal pela espada? Deem um passo a frente! Não mais levantarão as espadas entre si, ceifando vidas e pecando contra A palavra.
Aproximem-se guerreiros abençoados. Os que dentre vocês roubaram tornem-se agora soldados, pois a causa é suprema. Aqueles que cultivam mágoas juntem-se aos seus causadores, pois a irmandade é essencial ao objetivo. Aproximem-se os que desejam vida eterna, aproximem-se os que desejam absolvição no sagrado. Saibam que Nosso Senhor espera seus filhos em lugar abençoado. Na palavra do Santíssimo seguirão e combaterão, não deixem que obstáculos os parem, creiam Na palavra e nada os deterá.
Deixem todas as controvérsias para trás! Unam-se e acreditem! Não permitam que posses ou família os detenham. Lembrem-se das palavras de Nosso Salvador, "Aquele que abandonar sua morada, família, riqueza, títulos, pai ou mãe pelo meu nome, receberá mil vezes mais e herdará a vida eterna". Se os Macabeus dos tempos de outrora conquistaram glória pela sua luta de fé, da mesma forma a chance é ofertada a vocês. Resgatem a Cruz, o Sangue e a Tumba. Resgatem o Gólgota e santifiquem o local.
No passado vocês não lutaram em perdição? Não levantaram aço contra iguais? Orgulho, avareza e ganância não foram suas diretivas? Por isso vocês merecem a danação, o fogo e a morte perpétua. Nosso Senhor em sua infinita sabedoria e bondade oferece aos seus bravos, porém desvirtuados filhos, a chance de redenção. A recompensa do sagrado martírio.Ó Francos,ouçam! Deixem a chama sagrada queimar em seus corações! Levem justiça em nome do Supremo! Francos! A Palestina é lugar de leite e mel fluindo, território precioso aos olhos de Deus.
Um lugar a ser conquistado e mantido apenas pela fé. Pois chamamos por suas espadas! Lutem contra a amaldiçoada raça que avilta a terra sagrada, Jerusalém, fértil acima de todas outras. Glorifiquem suas peregrinações para o centro do mundo, consagrem-se em Sua paixão! Alcancem a redenção pela Sua morte! Glorificado pelo Seu túmulo! O caminho será longo, a fé no Onipotente tornar-lhe-á possível e frutífera. Não temam Francos! Não temam tortura, pois nela reside a glória do martírio! Não temam a morte, pois nela reside a vida eterna! Não temam dor, pois serão resignados! Os anjos apresentarão suas almas a Deus, o Santíssimo será glorificado pelos atos de seus filhos! Vejam a sua frente aquele que é voz de Nosso Senhor! Sigam Sua presença e palavras eternas! Marchem certos da expiação de seus pecados, na certeza da glória imortal.
Deixem as hordas do Cristo Rei se atracar com o inimigo! Os anjos cantarão suas vitórias! Que os conhecedores da Palavra entrem em Jerusalém portando o estandarte de Nosso Senhor e salvador! Que o símbolo da fé seja mostrado em vermelho sobre o imaculado branco, pureza e sofrimento expressados! E que Sua palavra se faça ouvida como retumbante trovão, trazendo medo e luz para os infiéis! Que agora o exército do Deus único grite em glória sobre os Seus inimigos!" "Louvado seja o Senhor meu Deus!" Gritaram as centenas de cavaleiros Francos reunidos no campo de Clermont.
No ano de 778, Carlos Magno fez uma incursão em terras da Espanha então invadidas pelos muçulmanos. Entrementes, os saxões que ainda estavam em vias de se converter ao cristianismo, invadiram o outro lado do reino dos Francos, i. é pelo Reno. Carlos Magno teve que voltar às pressas para defender a fronteira oriental da Cristandade. Foi nessa ocasião que a retaguarda do seu exército sofreu uma emboscada e foi massacrada em Roncesvalles (Pireneus).
Na batalha pereceram Roland e os Doze Pares de França. A épica tragédia e os heroicos lances de armas atribuídos aos Doze Pares chefiados por Roland e Olivier, empolgaram o ânimo dos medievais. A batalha com suas façanhas era cantada nas praças por bardos.
Supõe-se que um monge anônimo de Cluny deu forma acabada a essas versões. Nasceu então a "Canção de Rolando", ou "Canção de Roldão". No poema épico, a única referência de autoria fala de um certo "Turoldus" de quem nada se sabe.
Esta é vista pelos especialistas como uma espécie de manual das qualidades e das virtudes que um cavaleiro cristão devia pôr em prática.
Os cavaleiros cistãos por vezes, como na batalha de Hastings, entravam em combate cantando-a. Nela encontramos rasgos essenciais do espírito dos cruzados.A versão escrita mais antiga da Chanson de Roland foi encontrada em Oxford, Inglaterra. Está transcrita em dialeto normando e data do século XI.Como soaria essa canção em lábios medievais? Difícil dize-lo. Mas, eis uma interpretação que nos dá margem para refletir. O texto arcaico está adaptado ao francês hodierno e é acompanhado de uma tradução necessariamente livre.
O ESPIRITO DA CRUZADA
A Igreja nunca professou o pacifismo. O combate cristão, que é acima de tudo, uma atitude espiritual, mas que inclui a possibilidade da legítima defesa, a guerra justa e até mesmo “a guerra santa”, pertence á mais pura tradição Cristã. Quem professa o pacifismo esquece que há males mais profundos que os físicos e materiais, e confunde as consequências desastrosas da guerra no plano físico, com suas causas, que são morais e provêm da violação da ordem.
Numa palavra, olvidam que o pecado que só pode ser derrotado pela Cruz. O mundo moderno que está imerso no hedonismo e perdeu a fé julga só ser um mal, e um mal absoluto, os danos físicos, esquecendo que o mal e a dor que acompanham inevitavelmente a vida humana com frequência a elevam. O espírito das Cruzadas e de Lepanto nos envia uma mensagem de fortaleza cristã que consiste na disposição de sacrificar os bens da terra, em aras de bens maiores, como a justiça, a verdade e o futuro de nossa civilização.
Hoje, o inimigo que ameaça a Igreja e o Ocidente é a atitude mental de quem acredita que acabou o tempo de Lepanto e das Cruzadas. Esse inimigo contrapõe ao espírito de combate uma visão do mundo segundo a qual nada há de verdadeiro e de absoluto, e que tudo é relativo às épocas, aos lugares e às circunstâncias. Mas, as raízes cristãs não pertencem só à memória ou à história: elas estão vivas, porque o Crucifixo que as resume não é somente um símbolo histórico e cultural, mas é uma fonte atual e perene da verdade e da vida, do sofrimento e da luta.A Igreja tem inimigos ainda que nós tendamos a esquecê-lo porque perdemos a concepção militante da vida cristã, fundada na Cruz, que sempre caracterizou o cristianismo
A perda desse espírito militante é o resultado do hedonismo e do relativismo em que estão imersos, infelizmente, muitos homens de igreja. A história, aliás, é feita pelas minorias, sobre tudo as militantes. Pode-se militar pelo bem ou pelo mal, em um campo ou outro, mas apenas os militantes deixam sua marca nos eventos históricos.
“um mundo sem a Cruz seria um mundo sem esperança.”
O mesmo pode ser dito de um mundo sem espírito de Cruzada: seria um mundo sem esperança.
Isso significaria a renúncia à luta pela salvação, a renúncia da Cruz e reduzir o mundo a meras ruínas.
Clique aqui e veja o vídeo "Os Cavaleiros Templários e a História de Portugal"
Após a libertação de Jaffa, Ricardo Coração de Leão só dispunha de dois mil homens, dos quais só cinquenta eram cavaleiros, aliás desmontados. A debilidade numérica inspirou aos turcos a esperança de tirar revanche. Assim que o exército de Saladino conseguiu se recuperar em Yazour, ele percebeu a imensa vergonha do pânico do 1º de agosto. Ele ficou sabendo que a pequena tropa de Ricardo, com uma louca despreocupação, acampava fora dos muros de Jaffa. Passar no sabre esses pedestres parecia fácil. Na noite do 4 ao 5 de agosto, a cavalaria muçulmana se pôs em marcha sob a luz da lua em direção ao acampamento inglês.
Estourou uma disputa entre os mamelucos que atrasou um pouco a marcha, de maneira que quando eles chegaram diante do acampamento cristão já era de manhãzinha. Um genovês que se afastara pelos campos viu brilhar as armaduras e deu a alarme. Acordados às pressas, Ricardo e os seus apenas tiveram tempo de pagar nas armas, alguns até tiveram que combater semi-nus.Formando linhas fechadas, com um joelho em terra para ficarem mais firmes puseram os escudos cravados na terra e as lanças inclinadas para frente.
Assim, eles receberam sem fissuras, nos primeiros albores da manhã, a carga furiosa dos esquadrões maometanos. Ricardo, a toda pressa, dissimulou entre os lanceiros, um número igual de besteiros. Quando os cavaleiros turcos viam que sua carga era quebrada pelas lanças, eles davam meia volta para se reorganizarem. Então, os besteiros atiravam, matando os cavalos e semeando a desordem nos esquadrões. Todas as cargas de Saladino arrebentaram-se diante desta tática precisa. Foi em vão que o sultão exortou seus soldados por trás das fileiras.
“A bravura dois francos era tal, escreve Béhá ed-Dín, que nossas tropas desencorajadas, contentavam-se em mantê-los cercados, mas ficavam à distância”. Foi então que Ricardo Coração de Leão passou ao ataque contra esse exército desmoralizado.“Ele lançou-se no meio dos turcos e os rachava até os dentes. Ele projetou-se tantas vezes, deu-lhes tantos golpes que acabou se fazendo mal e a pele de suas mãos descolou-se.
Ele golpeava para frente e para trás e com sua espada abria passagens por toda parte que ele ia. Seja que ele ferisse um homem ou um cavalo, ele abatia tudo. Foi lá que ele deu um golpe que arrancou o braço e a cabeça de um emir vestido de ferro e que enviou direto para o inferno. Quando os turcos viram esse golpe, abriram um espaço tão largo que, graças a Deus, ele voltou sem dano. “Mas, sua pessoa, seu cavalo e suas costas estavam tão cobertas de flechas que ele parecia um porco espinho”.
A batalha durou todo o dia 5 de agosto. Na tarde, a vitória dos cruzados era completa. Diante do rei de Inglaterra e seu punhado de heróis o exército muçulmano bateu em retirada. Saladino saiu humilhado e desencorajado. Tão grande foi a admiração dos muçulmanos pela bravura do grande Plantagenet que em plena batalha Mélik el-Adil, vendo-o combater sobre um cavalo medíocre e já cansado, enviou-lhe um novo corcel. Fendendo a multidão dos combatentes vira-se chegar ao galope e se deter diante de Ricardo um mameluco que conduzia dois magníficos cavalos árabes, “porque não era conveniente que o rei combatesse a pé”.
Entrementes, os acontecimentos na Europa pediam pelo rei da Inglaterra. Na sua ausência o rei da França Felipe Augusto e o próprio irmão do rei inglês, João sem Terra, começaram a dividir seu reino. Instado a regressar, Ricardo concluiu uma paz de compromisso com Saladino em 3 de setembro de 1192. O acordo baseou-se no mapa das operações: os francos obtiveram o território recuperado pelos seus exércitos, quer dizer a zona costeira desde Tiro até Jaffa
O interior, incluindo Jerusalém, ficava na posse de Saladino, mas o sultão concedia todas as garantias aos cristãos para peregrinarem em liberdade na cidade santa. Saladino inaugurou o novo regime recebendo em Jerusalém com magnífica cortesia, os bispos, barões e cavaleiros, seus adversários da véspera, que foram cumprir seu voto ao Santo Sepulcro, antes de embarcar de volta para Europa. Não foi sem melancolia que Ricardo embarcou para Europa, em 9 de outubro de 1192, sem ter podido liberar o Santo Sepulcro. Ele puniu-se a si próprio se abstendo de acompanhar os cavaleiros na visita aos Locais Santos.
Saladino teve que se contentar com um semi-sucesso após ter quase apalpado a vitória total. Frente ao rei-cruzado com coração de leão ele conheceu as sombrias jornadas de Arsur e Jaffa e teve que ceder aos cristãos a costa palestina.
Batalhas e angústias demais esgotaram o sultão. Na noite de 3 a 4 de março de 1193 ele morreu em Damasco, onde ainda está seu túmulo.
Assista a este vídeo incrível - O fim dos Templários.
Clique no botão abaixo para acessar o acervo da biblioteca CAVALEIROS TEMPLÁRIOS. Utilizar a senha de assinante no grau de aprendiz.
Copyright © 2024- MM∴II∴C∴T∴M∴R∴ - (61) 4042.0347 – Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Misrad Solutions